
Bracarense quebrando a banca com a nova barriga
Por Pedro Landim
A intenção era apenas um chope rápido com bolinho no Bracarense, antes de ir pra casa, numa dessas tardes gostosas de inverno no Leblon. Mas notei que o Kadu Tomé andava meio misterioso, levantando da mesa e cochichando com a cozinheira, tramando a perdição que logo viria a se materializar diante dos olhos e da boca: os testes finais para mais uma barriga de porco digna de reza na cidade.
Veio em tira grande depois de marinada na vinha d’alho e assada, e voltou para o mergulho na fritadeira, sendo então fatiada com a pele já devidamente crocante.
Em movimento místico, todos os chakras se abriram para a circulação da energia suína, fenômeno que também costuma ser provocado pelos torresmos. Que, afinal de contas, também nascem da barriga do bicho. O trecho celestial que intercala carne rosada, gordura derretendo e pele pururucada.
A lista que segue é uma singela homenagem à pança do porco e suas possibilidades.

Selfie com a barra de cereais no Bode Cheiroso
Da Tijuca para o mundo, o apelido de ‘barrinha de cereal’ define a estampa do torresmo do Bode Cheiroso, embora este seja maior e mais nutritivo. Quando a bandeja de barriga frita desfila pelo salão, parece que o Carnaval começou.

Barriga do Serjão no Galeto Sat’s
No Galeto Sat’s, sabemos que a coisa é séria a partir do nome: Barriga do Serjão. Uma homenagem à inigualável figura boemia de Sérgio Rabello, assada na brasa com minicebolas caramelizadas, alho confitado e muita salsa. Uma provocação.

Tonhão sabe tudo e mais um pouco
A imagem acima, caros gulosos, poderia estar no museu do Louvre dividindo as atenções com a Mona Lisa, dada a sua importância histórica. Trata-se de Tonhão, o criador do Bar do Momo, e sua bandeja de torresmos. Que tal?

Teryaki do sertão na barriga do Kalango
Agora mirem com calma essa barriga perfeita com a pele crocante do Emerson Pedrosa no Bar Kalango. Faz o estilo ‘oriental do sertão’, com molho teryaki de rapadura sobre a criança, e a irresistível salada de favas e maxixe. Credo-que-delícia ao quadrado.

De quebra, as bochechas do Porco Amigo
E chegamos ao Porco Amigo, o bar dedicado ao bicho que anda fazendo bonito em Botafogo. Na foto, além da perfeita barriga assada em pedaços, sem firulas, com cogumelos frescos e farofa crocante, temos as deliciosas bochechas de porco, no próprio caldo untuoso sobre purê de maçã.

A comilança no Cachambeer começa assim
E quando a barriga se desfia com mostarda, mel e limão, acompanhada de cebola roxa dentro do pastel? Ah, Cachambeer, quanta coisa boa você faz por nós. Não seria nenhum exagero dizer que esse pastel é o melhor do Rio. Vai lá e depois conta.

Cofrinho de torresmo dando mole no Bobô
O porquinho cor-de-rosa que vem na sequência mora lá no Bobô Bar, um lugar simplesmente delicioso no Méier, com fogões que sabem das coisas a ponto de cozinhar por um dia inteiro a barriga em baixa temperatura até o momento da pururuca. Essa é pra mineiro elogiar.

Pode ser de bacon o gurjão?
Gurjão de bacon. Quando isso apareceu no Bar da Frente todo mundo se ouriçou. Sim, parece um torresmo, mas é outro o processo de fritura, e a barriga é levemente empanada antes. Bem no formato das iscas de frango, ou peixe, só que muito melhor. Porque é porco, é barriga, é bacon.

E tome pinga boa para acompanhar esse porco
E tem mais porquinho, antes que alguém pergunte. Recheado do torresmo de barriga carnudo e crocante que ajudou a construir a boa fama da Noo Cachaçaria, que serve a iguaria com fatias de limão e geleia de pimenta. A boca fica louquinha.