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Escondidinho e o dilema da cerveja

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Por Pedro Landim

Diante do escondidinho de carne seca sugerido no quadro negro a R$ 17, e da presença em cores vivas do prato na mesa ao lado, não me restou saída a não ser solicitar o dito cujo antes mesmo de me aconchegar sob o toldo verde da Rua Almirante Gavião.

Tarde ensolarada porém fresca no Bar Madrid, típica do aguardado inverno carioca. Vamos beber o quê? Com alguns estilos dando sopa nas long necks da Eisenbahn, não dei nem a tradicional titubeada: desce a Dunkel. Aquela Schwarzbier torradinha. Oi?

Está certo que o caso interessa mais aos jurados de concursos cervejeiros do que ao simples bebedor cotidiano, mas vale comentar a crise de identidade dessa preta. O rótulo indica e destaca o estilo da cerveja: Dunkel. Assim ela é fabricada há mais de uma década pela marca de Blumenau (SC), pioneira ao desbravar o mercado com suas artesanais e hoje pertencente à Heineken.

Cervejas artesanais com petiscos de boteco na série da Alma de Bar

Alimentos líquidos e sólidos em bela tarde no Madrid

Acontece que lá atrás, no início da carreira do rótulo azul, a menina do pescoço longo entrava e saía dos concursos de mãos abanando, concorrendo em seu estilo. Até que algum especialista chamou o cervejeiro e mandou a letra: sua bela cerveja de estilo alemão não é Dunkel, mas uma Schwarzbier.

Resultado: competindo no estilo correto, a Eisenbahn Dunkel (digo, Schwarzbier) passou a enfileirar medalhas, como o ouro obtido no European Beer Star, na Alemanha. Sim, vasto e repleto de sutilezas é o reino das cervejas.

Para diferenciar os estilos escuros, que pertencem à família Lager, uma chave pode estar estar no exame visual, onde o Dunkel permite cervejas de coloração marrom-clara, variando aos tons escurecidos. O termo Schwarzbier, aqui abro um parêntese, significa “cerveja negra”, e ela de fato varia do marrom escuro ao negro. É nesse espectro que encontramos a Eisenbahn que desceu à perfeição no Madrid.

‘Preta, fala pra mim…’

Na Schwarzbier é mais evidente o caráter dos maltes torrados, e a cerveja deve ser um pouco mais seca que a Dunkel. Nesta, o biscoito e um caramelado de malte e toffee tendem a se pronunciar. Aromas de café e chocolate escuro também estão mais presentes na Schwarz, assim como o amargor do lúpulo e seus possíveis aromas herbais e florais. Nenhuma das duas, porém, deve apresentar aspectos sensoriais de torra potente típicos das stouts, por exemplo.

O fato é que cai muito bem ao meu gosto tal cervejas com o tal escondidinho de carne seca. Pela tosta do malte em parceria com a carne curada, e o amargor da cerveja na medida para atenuar o sal. A textura e o sabor delicado do creme de aipim como fundo para as brincadeiras do café, e a boca revigorada pela carbonatação moderada.

A Schwarz deu match. Segue o jogo.

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