
Marcelão e as costelas no bafo do Cachambeer
Por Caio Barbosa
Ele é uma unanimidade entre os donos de bares da cidade. É chamado por muitos de “O Último Pica Vivo do Rio de Janeiro”. Não é para menos. Não há registros de ninguém que esteja vivo – ou morto – com um histórico etílico de mais de 100 chopes por dia.
No seu bar, o Cachambeer, que deveria ser tombado como patrimônio histórico da cidade, chegam caravanas de todo o país com bebuns interessados em desafiá-lo no balcão. Em dez anos de amizade, testemunhamos várias e ainda participamos de alguns desafios. O máximo que alcançaram foram 70 chopes. E ele lá, impávido, dobrando aposta.
Figura mítica que consegue ter como clientes políticos distintos entre si, como Eduardo Paes e Marcelo Freixo, celebridades e subcelebridades, além de anônimos que viram celebridades, Marcelo Novaes tem a língua e o humor afiados como o fígado. É capaz de falar por horas sem parar sem deixar ninguém cansado, a não ser os maxilares, de tanto rir.
Jeitão de carioca típico, que não só faz por merecer a Medalha Pedro Ernesto, como talvez mudar o nome da medalha para Marcelo Novaes, o figura dá expediente e tira chope não só no seu bar, claro, mas também às quartas-feiras na recém-inaugurada Liga dos Botecos, em Botafogo, que reúne os petiscos do Cachambeer, Botero, Bar da Frente e Momo na mesma e imperdível cozinha.

Pastel de pancetta é espetáculo no Cachambi
Nome completo:
Marcelo Novaes Franco de Souza.
Onde nasceu:
Nasci, cresci e moro no Cachambi até hoje.
Time:
Vasco, claro.
Escola de samba:
Portela, claro.
Bebida preferida:
Chope, claro (risos).

Vasco de Romário bate junto ao coração
Tiragosto:
Barriga de porco.
PF:
Arroz, feijão, bife, batata frita, dois ovos e farofa.
Sobremesa:
Pudim.
Cerveja:
Brahma.
Torresmo ou moela?
Torresmo.
Pastel de quê?
De pancetta, que eu faço no Cachambeer. É pica.

Salve o manto azul e branco da Portela
Empada de quê?
Frango.
O que não come de jeito nenhum?
Homem. Com todo o respeito a quem come. Mas eu não curto. O Caio Barbosa, se nego der uma ideia, come. Mas comigo não rola, não.
O que não bebe de jeito nenhum?
Gasolina.
Não pode faltar na cozinha?
Cebola e alho.
Purrinha ou carteado?
Carteado.
Tem medo de quê?
Morrer. Esse negócio de morrer é mó bobeira. Pra quê isso? (risos).

AL Pacino quebrando tudo em ‘Scarface’
Tem fome de quê?
De viver pra caralho. Uns 200 anos tá bom pra mim.
Superstição:
Todas. Sou todo grilado. Não passo debaixo de escada, entro nos lugares com o pé direito. Tenho todas. E se tiver alguma que eu não tenha, me diz, que eu passo a ter.
Uma saudade:
Minha vó.
Santo de devoção:
São Jorge.
Orixá:
Ogum.
Signo:
Câncer.
Ídolo:
Ayrton Senna, Brizola, Romário e Chico Anysio.
Jogo inesquecível:
Todas as porradas que o Vasco deu no Flamengo.
Diversão preferida:
Beber com os amigos e ganhar da molambada.
Música:
Tocando em Frente, de Renato Teixeira e Almir Sater.
Filme:
Scarface.
Programa de TV:
Qualquer um de esporte.

Costelão do Cachambeer também está na Liga dos Botecos
Livro:
1968 – o ano que não terminou.
Ator:
Al Pacino.
Atriz:
Tem muitas, mas nego tá falando para eu dizer que é a Dercy Gonçalves, pois eu teria um jeito escrachado parecido com o dela. Tenho? (rs)
Cantor:
Paul Mc Cartney e David Gilmour.
Cantora:
Elis Regina.
Show:
O primeiro dos Rolling Stones no Maracanã.
Último bar em que esteve:
Liga dos Botecos.
Bar para conhecer:
Liga dos Botecos. Tô lá hoje, inclusive (quarta). Quem quiser, é só chegar. Mesmo se chover. Ninguém precisa deixar de beber porque está chovendo.